Skin deep

Na noite um nó que me desperta
uma onda de som de fogo aceso
a escuridão é uma luz ilesa
a onda do amor um corpo tenso

Direi portanto o nó ou nada disso
o seu total contrário, um ponto fixo,
(deixa-te iludir – não é preciso
o fogo fazer arder teu edifício)

O nó de que te falo não tem nome
Perda transformação essência risco
somos o que somos: espécie de fome
ou excesso de existir no que consiste

em sabermos ser perdida esta partida:
isto de andar aqui por entre os dias
isto de não morrer porque na vida
cedo se vive a morte por outras vias 

Prefácio: Isabel Cristina Mateus
Com António Carlos Cortez a poesia atinge um alto grau e existe
Luís Filipe Castro Mendes in Colóquio Letras