Natura e Natureza no tempo de Afonso X, o Sábio

Precedida dos volumes Pensar a natureza. Problemas e respostas na Idade Média (séculos XI‑XIV) e De natura, consagrados à apreciação dessa temática no domínio da reflexão filosófica, a presente recolha de estudos tem como propósito averiguar de que modo os conceitos que lhe correspondem se disseminam na Península Ibérica em meios institucionais diversos. Pretende‑se agora erigir como ponto focal a corte e o operoso scriptorium de Afonso X, o Sábio, mas estendendo o horizonte de observação a meios adjacentes coevos, que vão desde outras cortes regias ibéricas a centros de reflexão e poder religioso – monásticos ou seculares –, terminando na massa, difícil de definir e documentar, de anónimos comentadores e difusores das novidades intelectuais do século XIII. Ao contrário do que sucedia nos volumes anteriores, estamos desta vez imersos sobretudo no mundo das línguas vulgares – o castelhano, o galego-português, o catalão... –, cuja difusão escrita ocorre célere ao longo do século XIII, ao ponto de rivalizarem, tanto na quantidade como a qualidade dos conteúdos fixados, com o latim, o árabe ou o hebraico – línguas de prestígio consolidadas por séculos de produção escrita.